Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Segue a estrada de tijolos amarelos
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Falemos de facas
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Um erro de expressão
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
FELIZ NATAL
domingo, 19 de dezembro de 2010
Palavras de água
No parapeito da insónia
sábado, 18 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Da solidão
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Arranja-me um coração
sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
É quase Natal...
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Pessoa vale a pena
Ó Stora...
Si tu m'apprivoises...
domingo, 28 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Quanto aumenta(s) o mundo...
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Um sentido Adeus
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Quietude
sábado, 13 de novembro de 2010
Palavras de sangue
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
As portas do coração
Trouxe-te uma música para te oferecer hoje. É um antigo solo de piano que teima em não envelhecer e que gosto de ouvir até à infinitude em madrugadas de silêncio... Deixa-a tocar enquanto me lês, saboreia-a como se fosse um vinho bebido devagar, a página amarelecida de um poema mil vezes relido com ternura, ou uma paisagem azul cheia de sal do vento norte, por onde o teu olhar se derrame... Neste tempo em que aqui te demoras, encontra a minha tristeza nos versos que não fiz, nas frases que não escrevi e nas palavras que não fui capaz de escolher... E depois, quando decidires partir, fecha as portas do meu coração com suavidade e leva contigo a música...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
O riso da memória
Pousa a angústia devagar,
sábado, 6 de novembro de 2010
Crónica de um improvável amor
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Da solidão
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Hoje, um pouco mais
domingo, 31 de outubro de 2010
Dos deuses e dos bichos
Lágrimas
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Agarrar o vento
terça-feira, 26 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Palavras impossíveis
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Eu, pecadora me confesso...
Palavras sublimes
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
No fundo da memória
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Num abraço
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Ó Stora...
- Ó stora, o que comprava se lhe saísse o euromilhões?
Calei-me. A turma olhava-me suspensa na curiosidade da resposta. Vinte e oito pares de olhos vigilantes trespassavam-me a mente, tentando adivinhar as preferências que lhes pareciam mais evidentes. Alguns, baixinho, faziam apostas. Percebi então que não poderia contar-lhes. Nunca conseguiria explicar-lhes que à saída de uma curva da pitoresca estrada de paralelos, ele se ergue imponente, majestoso na sua velha altivez de pedra, oferecendo aos passantes uma imagem de inesperada beleza. Altivo, abraçando o mar até ao horizonte... E solitário. Como um rochedo. Não conseguiria dizer-lhes da serenidade que o envolve, o corpo sólido sobre a escarpa, enterrado nas dunas brancas de areia muito fina e macia... ou das janelinhas de madeira escura que se abrem mais perto do céu. Lá dentro há uma escada tosca que conduz ao piso de cima onde junto às vidraças eu encostaria uma mesa larga com os meus livros espalhados em desalinho e onde me sentaria a escrever... Como contar-lhes? Como descrever o cheiro a maresia do vento salgado, o entardecer do sol que morre devagar avermelhando os céus a ocidente, e os gritos das gaivotas rasgando as águas do meu sonho? Não... Não saberiam que eu forraria as paredes com estantes carregadas de livros e haveria uma cadeira de baloiço, daquelas que já não existem, onde me sentaria a ler na urgência da solidão e do silêncio... Ficariam sem saber do meu moinho, do meu refúgio sonhado num sonho tão longínquo, do minúsculo pedaço de paraíso encostado ao mar, tão próximo das estrelas...