Sentados no canto mais distante do café, as mãos entrelaçadas por cima da mesa, sorriam. Olhavam-se nos olhos, tocavam o rosto um do outro e sorriam... Ele brincava com a madeixa de cabelos que lhe tombava sobre os olhos, ela beijava-lhe os dedos, vagarosamente, e sorriam. Sorriam sempre, os rostos iluminados pela luz do amor, o brilho da felicidade bailando-lhes nas bocas que sussurravam palavras que só eles sabiam. A certa altura, ele tirou do bolso o MP4, entregou-lhe um auricular, colocou o outro no seu ouvido e ficaram assim, sorrindo sempre ao som da música que mais ninguém ouvia. Felizes.
Levantaram-se muito tempo depois, deslizando devagar num mundo sem gente, envoltos numa doçura de paz e harmonia que só alcança quem se encontra no amor. Saíram abraçados, enlaçando-se pela cintura, as bocas procurando-se... E eu sorri. Pensei que o amor devia ser sempre assim: uma mesma música e uma única sintonia, sem notas dissonantes, sem tons discordantes. Vi-os afastarem-se, jovens e felizes, donos do mundo, deuses de todos os seus sonhos...
E sorri.
6 comentários:
Ternos sorrisos,
música para ouvidos enamorados...
melodias de amor...
bj
Já o Rui Veloso canta: "...não se ama alguém que não ouve a mesma canção..." também concordo.
Beijinhos
A música é muitas vezes a voz do Amor.
Um beijo, Quicas.
As músicas do Rui Veloso e as letras do Carlos Tê são sempre verdade, Flor.
Um beijinho :)
Há uma sintonia entre o que escreves e a minha interpretação do mundo.
Assim, tudo o que aqui leio me "toca" de forma especial.
Um beijinho
Obrigada Lídia, pelo bonito elogio...
Um beijinho :)
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