segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

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Há tanto tempo que não falamos...
Lembrei-me hoje que não sabes que consegui subir aquela montanha e que a desci mais crescida e mais calada... Não te contei que agora já sei ler os ventos e evito navegar quando são adversos, que já não me atrevo se o mar é traiçoeiro. Não me reconhecerias... Mudei muito, ou a vida mudou-me, pouco importa, sou capaz agora de atravessar caminhos desconhecidos mesmo sem a tua mão a segurar a minha. E já não me perco, quase nunca me perco...
Há tanto tempo que não falamos... Fazes-me falta. Quase esqueço o que nos afastou, o que fez cair o silêncio entre nós, como se já não tivesse importância, ou na realidade nunca a tivesse tido... Só existe uma mágoa que a saudade adoçou com uma tristeza suave que nunca foi embora... Quero dizer-te das minhas pequenas vitórias, dos meus risos, e saberás sem eu te contar, o sabor das minhas inquietudes, o nome dos meus silêncios...
E por isso, quando hoje inesperadamente te vi depois de tanto tempo, queria mesmo era ter parado, ter-te sorrido e convidado para um café. Queria que não se tivessem passado tantos anos, queria abraçar-te com alegria e demorar-me contigo. Queria saber de ti. Queria mostrar-te este buraco no peito que ficou quando te foste...
Afinal, há tanto tempo que não falamos...!

6 comentários:

Lídia Borges disse...

Como vamos crescendo!Assim sem rede...
Como dizia uma minha aluna de sete anos:
"Crescer dói tanto!"
Tinha dores nas articulações provocadas pelo crescimento demasiado rápido.

Um beijo grande

Anna disse...

Um beijo grande, Lídia.
E um sorriso :)

Joaquim do Carmo disse...

... esse "buraco no peito" - talvez (quem sabe?!) a tal "mágoa" que, apesar do tempo "per-corrido", teima em calar os persistentes silêncios!

... esse "buraco no peito" - quem sabe?! - há tanto tempo alimenta os silêncios... sem importância?!

bj

Anna disse...

Quicas :)
... Talvez... Quem sabe...?

Bjo

sentidos de coimbra disse...

Agora mesmo, neste exacto momento, tinha decidido escrever-te. Acontece, que a mão ficou no ar…suspensa, como ficaram todas as palavras… assim meio interrompidas. Até as letrinhas, parecem-me desfocadas… que raio! Vou mas é telefonar-te! É isso. Vou telefonar.

Beijinho

cristina torres

Anna disse...

Cris, ainda bem que telefonaste...
Tinha tantas, tantas saudades de te ouvir!

Um beijo sentido