Mais que o teu corpo quero o teu pudor
quero o destino e a alma e quero a estrela
e quero o teu prazer e a tua dor
o crepúsculo e a aurora e a caravela
para o amor que fica além do amor.
A alegria e o desastre e o não sei quê
de que fala Camões e é como água
que dos dedos se escapa e só se vê
quando o prazer se torna quase mágoa.
Estar em ti como quem de si se parte
e assim se entrega e dando não se dá
quero perder-me em ti e quero achar-te
como num corpo o corpo que não há.
Manuel Alegre, Mais que o teu corpo
2 comentários:
... o poeta no seu melhor!
QUERO!
:)
Quicas, o poeta diz o indizível... e eu como não sei fazê-lo, roubo-lhe as palavras...
Beijinho
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