terça-feira, 25 de março de 2008

Palavras raras


Das raras vezes que te fiz chorar, por te pedir mais amor, o que era de facto uma violência, havia sempre depois ansiosamente o gosto das tuas lágrimas, apertava o fervor das tuas mãos, até me perdoares, até esqueceres a minha desmesura, até te abraçar perdidamente e entrar no calor dos teus trinta anos de ondas e gemidos felizes. Até à paz. Até ao momento de voltares para ti.

Urbano Tavares Rodrigues, Margem da Ausência

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