sexta-feira, 13 de junho de 2008

A caminhada dos sonhos


Missão cumprida.
Chegou hoje ao fim um ano de trabalho, nem sempre fácil, nem sempre pacífico, mas apaixonante. E é bom vê-los atrasarem-se no momento da saída, demorarem as despedidas, adiando as saudades que sentirão uns dos outros e de alguns stores. Muitos reencontrar-se-ão regularmente durante as férias, outros só matarão as saudades em Setembro, na hora do regresso. Eu sei, há o telemóvel, o msn, as festas de aniversário e as idas ao cinema e à discoteca... nada se perde, suspende-se apenas.
Cá fora, nos jardins da escola, são bandos de aves em revoadas felizes, sentam-se no chão doirando os sorrisos e os abraços, falam alto num gargalhar ruidoso que faz eclodir uma alegria saudável. E como sempre, há algumas lágrimas também...
Uma outra etapa se inicia agora, os exames, até finais de Julho. Muitos não os farão mas para outros o tempo é de angústia e muito esforço onde se joga tudo ou muito, na mira do acesso a uma universidade sonhada, rumo a uma profissão talvez utópica e tão distante ainda.
Dentro de mim, desejo-lhes sorte, desejo-lhes muita sorte porque é também disso que se trata no momento em que se sentarem numa sala silenciosa, a sós com a própria sapiência. Quando são chamados a prestar provas daquilo que aprenderam, só o conhecimento não chega, é preciso ter dormido bem, estar bem disposto, não ser traído pelo nervosismo ou pela desconcentração, ler bem as perguntas, controlar o tempo, não ter "brancas" e estar inspirado. Nós, professores, somos solidários e sofremos com eles.
Há ministros que não sabem, mas existem professores que amam os seus alunos, que tudo fazem para que eles tenham sucesso e que sofrem muito quando eles vacilam ou fracassam. Há ministros que não sabem, mas existem professores que não conseguem evitar sentir uma pontinha de nostalgia sempre que uma turma parte para a universidade, sobretudo se o que se partilhou na sala de aula foi muito mais do que uma sabedoria catedrática. Há ministros que não sabem que muitos professores não gostam da escola vazia, tristemente silenciosa e gelada e para quem ela só faz sentido, só tem uma alma, quando está repleta de jovens cheios de sonhos e de esperança que contam com os seus stores nesta caminhada. A dos sonhos, claro. Que por acaso, os professores também têm.
Ainda têm.

4 comentários:

Anónimo disse...

Thanks. Im Inspired again.

Anónimo disse...

This topic have a tendency to become boring but with your creativeness its great.

Anónimo disse...

Até nas tacadas políticas és meiguinha.

Beijinho :)

WOLKENGEDANKEN disse...

Bem dito, colega. Estou convencida que é a maioria de nos que ama os estudantes e a profissao