sábado, 21 de junho de 2008

O apogeu do deus sol


Vivemos hoje o solstício de Verão, o momento em que o sol, no trópico de câncer, nos oferece o dia mais longo e a noite mais curta do ano. É uma data muito especial para mim, há já algum tempo, desde que li pela primeira vez algo relacionado com o significado oculto das estações do ano. A noite que agora respira, possui uma carga fortíssima de simbologia e mistério. Segundo a cultura pagã, esta madrugada, no pulsar da noite, poderemos ouvir bruxas e duendes, elfos e fadas festejando com alegria o apogeu do deus sol, o fervor da vida que lateja quente sob os braços do astro-rei que nos ilumina. Festeja-se a vida. Fecunda, a transbordar de energia, a natureza explode em mil aromas, frutos, sucos e seivas abundantes. Grata ao deus sol, a natureza oferece-nos as suas dádivas e partilha connosco o seu esplendor.
Mas como a natureza obedece a ciclos inevitáveis, a partir de amanhã o sol inicia o seu declínio que culminará na morte, no solstício de Inverno... De novo os dias diminuirão e as noites crescerão, no eterno ritmo singular de todas as obras divinas.
Por isso, para quem como eu ama o Verão, o tempo é de júbilo e alegria, com os olhos postos nos dias que se avizinham: luminosos, quentes e longos, pedindo pés descalços caminhando na areia da praia, banhos de sol e de mar, a pele do corpo exposta ao bailado do vento morno, refrescos saboreados numa esplanada e gelados partilhados à beira-mar, com a luz dourando a alegria e a descontracção... dias preguiçosos, vagarosos, e noites que se arrrastam numa tranquilidade doce, sem o fantasma cruel e implacável do despertador.
Antes disso, e para já, o tempo é de muito trabalho, angústia e responsabilidade.
Pelo menos, ainda bem que é Verão.

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