quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Voltar para contar-te


Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como dói

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre

9 comentários:

Anónimo disse...

Estou feliz com o teu regresso. É bom ter-te de volta.
Um beijo saudoso

Anónimo disse...

Manuel Alegre escreveu perolas sublimes =)

Obrigado pela partilha =)

Beijinhos
Kleine

Henrique disse...

Que bom passar aqui e encontrar finalmente a janela aberta e carregada de flores...
Beijinho

Nicole disse...

É um poema sublime, obrigado por me teres dado a conhecer.E esta é uma das razões porque eu sigo este blog, porque tu publicas coisas que eu não conheço. Mas gosto, gosto muito.
Beijinho

Anna disse...

Eu nunca parti, Alquimista. Estive sempre aqui.
Obrigada pelo teu carinho, volta sempre.
Um beijo

Anna disse...

Eu concordo Keine, e de toda a obra poética do Manuel Alegre, este é o poema que eu gostava de ter escrito.
Um beijinho :)

Anna disse...

OUPS, desculpa Kleine, errei o teu nome...Fica aqui a correcção.
Beijinho

Anna disse...

Olá Henrique :)
As flores não são minhas, são do Manuel Alegre. Ainda bem que gostaste...
Beijinho

Anna disse...

Eu também gosto muito Nicole, e há palavras que eu publico para não esquecer, para poder reler vezes sem conta...
Beijinho :)