domingo, 10 de maio de 2009

Uma manhã de domingo


Gosto muito das manhãs de domingo. Há um silêncio visível, que se pendura na janela escancarada enquanto a casa invadida de sol se aquieta nas arrumações preguiçosas. Quase se pode tocar, este silêncio dominical. E eu, que gosto tanto de silêncio, conduzo sem pressas até à cidade e vou tomar um café, no mesmo sítio de sempre, deserto àquela hora. Aos domingos de manhã não há trânsito, não há gente, não há ruídos na cidade pacatamente ensonada. Parece que por algum tempo a vida pára e o mundo inteiro respira paz. Até o ar que me enche o peito é diferente... Não sei explicar muito bem esta espécie de serenidade sagrada que me carrega as baterias do corpo e da mente, que me deixa espaço para me escutar a mim própria. E também pouco importa... o domingo de manhã é saboreado devagar, para não destoar o coração do corpo finalmente sem pressa e nenhum outro momento da semana tem o mesmo sabor. Por isso, as coisas boas da minha vida, os meus afectos e os meus sorrisos, as minhas memórias mais gratas e as saudades mais eternas, fazem-me lembrar um domingo de manhã... porque efectivamente têm a doçura única de uma manhã de domingo.

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