quarta-feira, 27 de maio de 2009

O meu colo... para ti


É uma espiral de dor que começa por apertar lentamente e depois vai abraçando aos poucos o coração, até o sufocar. É uma dor mortífera, infinitamente insuportável... Devem senti-la todas as mães que vêem um filho sofrer, tombado no chão da vida, socado pelos dias. Este amor incondicional traz dores assim, que nos fazem dobrar o corpo em ondas de sofrimento, nos fazem desesperar perante a evidência de que nada pode ser feito... porque a vida já se encarregou de fazer tudo. Custa muito. E dói. Dói ver um filho guerrear os dias sem medo, sem um queixume, voar nos horizontes mais austeros, atravessar com um sorriso oceanos de dificuldades, para depois cair derrubado na praia... Uma mãe, qualquer mãe, trocaria de lugar com o filho ferido, sem hesitar. Mas a vida não é assim... No entanto, ela transforma as mães em leoas vigilantes que nunca abandonam as crias, lhes lambem as lágrimas e as feridas, ficam em silêncio ao seu lado, não tendo nada mais para oferecer do que o ninho de um colo e um coração como um abrigo secreto, mesmo que despedaçado às vezes por uma dor em espiral.

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