sábado, 6 de dezembro de 2008

Palavras de Amor


Nunca pensei. Achei que ia ser para sempre: aquela coisa ao mesmo tempo boa e inquietante, colada às costelas, indizível, tão forte, uma coisa esquisita, suave e alucinante ao mesmo tempo, sim, várias coisas ao mesmo tempo, que eu trazia dentro do corpo, inalienável, como uma doença dos rins ou dos pulmões, mas uma coisa incurável (...)
Nada disso. Caminhava na rua sempre com esta sensação dentro de mim, esta felicidade, esta benção, vejo agora que era maldição, de que não me podia libertar mas era minha, tão minha como as minhas pernas ou os meus braços, tão minha como do meu pobre e inquieto coração.
(...)
- Amor? Não sei, não tenho a certeza se era amor. Acho que era muito mais. Uma coisa sem nome. Não, isto era muito mais...

Rosa Lobato de Faria, As Esquinas do Tempo

1 comentário:

WOLKENGEDANKEN disse...

Ah si, o amor obsessivo que as vezes parece taaaaao bom, mas em realidade é um verdadeiro veneno. Mas so notamos depois :))