domingo, 13 de março de 2011

Na água das palavras


Queria ter estado junto a ti hoje.
Os meus lábios andaram em fogo todo o dia
e fugiam para o teu nome
quando lhes soprava a aragem da poesia
Já não me reconheço
Não percebo quase nada do que digo
nem sei em que língua me disperso
As palavras saem-me da boca, todas
de mão dada
contigo
mas engulo o teu nome
sempre que mergulho num verso

Mário Lopes, 14 de Fevereiro

3 comentários:

Lídia Borges disse...

Oh!... Não conhecia o poema, mas conheço bem o sabor do que ele tem dentro.

Quando vieres cá trazer palavras novas chama-me, está bem?

Saudade!...

Beijo meu

Anna disse...

Chamarei sim, Lídia :)
Sinto saudades...

Beijooooooo

Unknown disse...

"Sempre que mergulho num verso",
com a certeza de não ser ouvido,
eu contigo converso,
apesar do apelo repetido,
do teu nome clamado,
só me resta a dispersa poesia,
de palavras inintelígíveis,
de versos falhados,
de amores defraudados,
incomprensíveis.
...
E me relego,
para caminhos
não percorridos.