terça-feira, 19 de julho de 2011

A mulher que prendia o vento

Algo nela a tornava diferente de todas as outras mulheres... Nem sequer era excepcionalmente bonita, pelo contrário, era de uma beleza vulgar, latina, visível no corpo torneado de formas femininas pronunciadas, no cabelo e nos olhos monotonamente castanhos, na boca pequena e de lábios finos. E no entanto, era uma mulher extremamente bela... Talvez fosse o sorriso, que lhe iluminava o rosto todo e lhe enchia os olhos de brilho e magia... Ou talvez as mãos, que dançavam em gestos lentos, desatados por uma música interior que só ela ouvia... Vinha daí, com toda a certeza, a invulgaridade daquela mulher. Sem o saber, na calma dos seus dedos, ao mais pequeno gesto, o mundo parava por instantes e ficava quieto a contemplar a doçura com que ela, sem o saber, prendia o vento.

4 comentários:

Lídia Borges disse...

É uma beleza inebriante a desta mulher, guardadora de ventos.

Obrigada por seres quem és.

Um beijo

Anna disse...

Um beijo, Lídia. Saudades.

Anónimo disse...

Ana
Eis uma MULHER verdadeiramente bela!
‎"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
(Antoine de Saint-Exupéry)
Beijinho com amizade
Quicas

Anna disse...

Obrigada pelas palavras, Quicas :)

Beijinho