terça-feira, 28 de julho de 2009

A invenção do Amor


E um dia inventaram o Amor. Não sei quem foi, mas quem o fez, deu-lhe esse toque único de veludo quente que agasalha o frio do coração... Quem inventou o Amor, encheu-o de aromas salgados como o mar bravio, de músicas delicadas que preenchem o vazio de todas as demoras e das ausências mais eternas... Quem inventou o Amor, ergueu-lhe um castelo de ecos onde o tempo não existe porque todas as imagens são esculpidas na pedra mais dura da memória, a que sobrevive a todos os vendavais da solidão. Quem inventou o Amor, deixou-lhe o sabor único de uma boca beijada com saudade louca, de um abraço partilhado numa vertigem que não se faz calar para além de muitas noites de espera. Quem inventou o Amor, envolveu-o no eco do bater forte de um coração, pulsando à desfilada dentro do peito inquieto...
Mas quem se lembrou de inventar o Amor, também o fez frágil, como um papel de seda que se amarrota sob um gesto mais duro, um delicado tecido onde ficam marcadas as lágrimas por onde, brilhando ao sol, escorregam todos os sorrisos.

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