sexta-feira, 25 de abril de 2008

Bonança


Sei então agora que é assim.
Sinto que este tempo doce de bonança pode virar tempestade altiva num inesperado jogo de luzes de aurora boreal.
Sei então agora que é assim.
Os deuses não se compadecem da felicidade humana. Ciumentos, acabam por cobrar as horas de alegria e impiedosos, roubam os sorrisos aos homens. Depois, irados, insurgem-se no vento da tarde fria, anunciando o fim da calmaria, despedaçando os incautos batéis que se fizeram ao mar, como sentinelas vigilantes impedindo a entrada no paraíso prometido.
Nenhum marear é seguro, nenhum tempo é de eterna bonança. Mas enquanto os ventos são favoráveis, iludimos os deuses, enganamos os tempos e tomamos o leme da felicidade. Porque agora eles dormem cegos e não se revoltam... para já... ainda não.
Sei então agora que é assim...

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