terça-feira, 17 de abril de 2012

No respirar da noite


Se vens à minha procura,
eu aqui estou. Toma-me, noite,
sem sombra de amargura,
consciente do que dou.

Nimba-te de mim e de luar.
Disperso em ti serei mais teu.
E deixa-me derramado no olhar
de quem já me esqueceu.

Eugénio de Andrade, in As Mãos e os Frutos

2 comentários:

Lídia Borges disse...

Eugénio! Tão lindo, sempre.

A noite, a distância... A tristeza!

Beijo

Mar Arável disse...

O nosso Eugénio
sempre