quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ponto de Fuga

Quando tombado, o corpo é apenas matéria orgânica a degradar-se no chão do planeta. Caído por terra, ele sabe da morte anunciada como a árvore arrancada pela raiz, a ave com uma asa partida, o peixe fora de água. É uma questão de tempo e de forças. Sem equilíbrio, o corpo caído olha de frente a morte e procura desesperadamente o ponto de fuga... Um sorriso, um olhar atento, uma palavra, um gesto. Ou uma voz. Qualquer coisa que o faça erguer-se, que o levante em pé, talvez uma música, uma imagem, uma memória... Um cheiro. Ou uma luz.
Às vezes os pontos de fuga não existem ... e incapaz de se levantar, o corpo desiste por fim, prepara-se para ser esmagado e entrega o que resta de si às leis da vida e do universo. 

4 comentários:

Lídia Borges disse...

O corpo até pode perder-se para sempre no seu deambular pelo espaço presente, mas há "corpos" que nunca deixarão de percorrer a nossa memória e o nosso coração como faróis que não nos deixam perder.

Beijo*

Sim, está lindo o teu cantinho! Tanto mar!...

L.B.

Anna disse...

Obrigada pelas maravilhosas palavras, Lídia.

O meu beijo

Nilson Barcelli disse...

Para sobreviver temos que ter sempre pelo menos 1 ponto de fuga...
A imagem é óptima.
As tuas palavras, aproveitando muito bem a foto, são excelentes.
Parabéns por tanto talento junto...
Beijo.

Anna disse...

Nilson, ás vezes não há pontos de fuga... Só nos resta tombar...

Obrigada pelas palavras,

Beijo