Eu não gosto de escolher. Mas por vezes a vida conduz-nos a encruzilhadas onde inevitavelmente é preciso fazer escolhas. Perante duas portas fechadas, qual abrir? E sabemos que qualquer que seja a escolha, iremos sempre perder e ganhar... porque a vida dá com uma mão e tira com a outra. Este momento que antecede a decisão, atira-me para dentro de mim, caio num silêncio implacável, como num poço sem fim, batendo contra as paredes da alma, buscando na solidão vazia, a chave da porta que vou abrir. Em plena sintonia com a semântica do meu signo, imito a atitude do caranguejo, recolho-me na carapaça e enterro-me na areia... Porque há escolhas irreversíveis. Definitivas. Eternas. Difíceis de fazer, por isso mesmo. Mas hoje, finalmente, eu encontrei uma chave. A minha chave vai abrir uma porta... e eu não sei o caminho que existe do outro lado. E vou abri-la mesmo assim. A outra porta permanecerá ali, eternamente fechada. Porque depois da escolha feita, nunca me interrogo sobre que estrada haveria debaixo dos meus pés se eu tivesse usado outra chave, aberto outra porta, seguido outra direcção nas encruzilhadas da vida. Apenas sigo em frente. Sem olhar para trás.
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