Pensáveis que vivíeis e éreis vento
que dava forma ao pó num rodopio
e o que chamáveis vida era só um rio
que na foz tem da fonte o esquecimento.
O vosso ser fugaz deixou fermento
que só se reproduz no desvario
e a verde primavera em seco estio
um outono semeou pulverulento.
O que tomáveis todos por amor
apenas era, vede! um fogo que arde
e nem cinzas deixou do seu fulgor.
Dos murmúrios das juras que fizestes
só resta o ciciar dum fim de tarde.
Um suspiro? Era o vento nos ciprestes...
JM, Ciprestes
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