domingo, 13 de janeiro de 2008

Palavras lúcidas


Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Quando

2 comentários:

Anónimo disse...

Triste,não?

Anónimo disse...

Adoro a Sophia!!!!!!!!!!!!!!!
E este em especial.
Jocas