quarta-feira, 4 de maio de 2016

Quando as palavras falham




Aqui o mar é sono perpétuo,
câmara para o mais terrível segredo.
Entro nele de mãos trémulas, certo
das minhas cedências. Recordo o sabor
salino de outras perdas, casas tombadas
das quais sou solitária ruína.
Eu, que tanto tenho dado à insónia,
embebo-me agora nas águas de outro dialecto
– as palavras falham, e essa é a comunicação.

Vasco Gato, in Napule

3 comentários:

Mar Arável disse...

Belas palavras escritas por gestos

Mar Arável disse...

Quando as palavras falham

falamos por gestos

Bj

Anna disse...

Ou calamos tudo, até as mãos.

Abraço, Eufrázio.