quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Da Solidão



Porque eu trazia rios de frescura
E claros horizontes de pureza
Mas tudo se perdeu ante a secura
De combater em vão

E as arestas finas e vivas do meu reino
São o claro brilhar da solidão.


Sophia de Mello Breyner Andresen, "Poema Perdido" in Obra Poética

6 comentários:

Lídia Borges disse...


A solidão do poeta está sempre tão povoada de emoções que ele, muito dificilmente, se sente só.

Além disso, a solidão pode ser uma impressão enganadora. Não estás só!

Beijo

Mar Arável disse...

Por vezes sós

mas nunca isolados

Bjs

Anna disse...

Abraço-te, Lídia.

Anna disse...

Grata pela visita, Eufrázio :)

Anónimo disse...

O poeta Drumond:“Não há falta na ausência, a ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão apegada, aconchegada no meu peito
que rio e canto e digo exclamações alegres.
Porque a ausência, esta ausência assimilada, niguém a rouba mais de mim”.
Eu, sinto-a cinza.

Anna disse...

Amo Drummond... Melhor do que ninguém, ele soube pintar a ausência.