segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Um raio de sol


Desci ensonada as escadas, escorregando nos sons da vida que se agitava devagar. A manhã ainda azul, desprendia-se preguiçosa dos braços da noite e um frio antipático arrepiava-me a pele desagasalhada, obrigava-me a abraçar o corpo sonolento que tentava a custo agarrar o dia que nascia com uma macia lentidão. E de repente tropecei. O que seria?... A meus pés, caído, embrulhado numa luz tímida, estava um raio de sol. Fitava-me atentamente, silencioso e sorridente, amarrotado no chão gelado. Donde viria?... Segui-lhe o rasto e descobri a janela mal fechada, deixando escapar vestígios amarelos de um dia que prometia ser bonito. Já sem restos de sono, escancarei a janela e deixei que um sol enorme me esbofeteasse o rosto e me fechasse os olhos, acordando-me definitivamente as emoções. Respirei fundo enchendo o peito com o ar alegre e suave da manhã... e julgo que foi isso que me fez cantarolar baixinho enquanto conduzia lentamente até à cidade.
Haverá algo melhor do que tropeçar num raio de sol e cair rendida num dia morno e bonito?

Sem comentários: