quinta-feira, 11 de setembro de 2008

No fundo da gaveta...


Esta semana tive que mudar de telefone. Do fundo de uma gaveta saiu o meu antigo telemóvel, o primeiro que tive com visor colorido e que não via a luz do dia há alguns anos. Depois de o carregar e activar, chamei a lista de contactos para perceber quantos números tinha que actualizar... e confesso, não estava preparada. Não me lembrava já de ver o teu nome escrito, a sorrir-me assim, luminoso e brilhante, a esbofetear-me o rosto e os sentidos como um raio de sol inesperado. Com o coração apertado, vasculhei a caixa de mensagens à procura de uma sms tua que ali estivesse ainda repousando esquecida... e encontrei-a. Era uma mensagem de Natal, um Natal distante e perdido já no tempo, há tanto tempo atrás e parecendo ainda ontem! O último Natal que tu viveste. Não sei quanto tempo estive assim, inerte, com o telemóvel encostado ao peito, talvez na esperança de que ele me devolvesse a tua voz, a tua vida, ainda que por breves momentos. E o teu nome sorrindo-me, tão vivo, tão diferente das letras cravadas numa lápide branca e gelada... O teu nome que eu não queria apagar... talvez não fosse ainda a altura...

Qual é o momento certo para apagar o nome, o contacto, o e-mail de alguém que já perdemos?

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