Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
domingo, 6 de dezembro de 2015
Às vezes
Aceitar o dia. O que vier.
Atravessar mais ruas do que casas,
mais gente do que ruas. Atravessar
a pele até ao outro lado. Enquanto
faço e desfaço o dia. O teu coração
dorme comigo. Agasalha-me as noites
e as manhãs são frias quando me levanto.
E pergunto sempre onde estás e porque
as ruas deixaram de ser rios. Às vezes
uma gota de água cai ao chão
como se fosse uma lágrima. Às vezes
não há chão que baste para a enxugar.
Rosa Alice Branco, in Soletrar o Dia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Aceitemos o dia
até ser dia
e o dia verdadeiro
acontecer
em que as ruas sejam rios
e o chão (nos) baste
tão belo e dorido poema.
e sempre com prazer que se descobre um novo poeta
beijo
(gosto de a saber la no meu blog rss)
Tão belo, Rogério...
Obrigada, abraço :)
E eu gosto de o visitar, Herético :)
Abraço, bom fds :)
~~~
Será poema ou prosa poética?
Seja como for,
de uma beleza muito singular,
que teve o destaque merecido
neste espaço
de notável bom gosto.
~~~~ Beijinhos. ~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Obrigada, Majo!
Beijinho
Enviar um comentário