domingo, 12 de janeiro de 2014

Um tudo nada...

 
E pergunto-te: que outras palavras queres?
A música sonora de um ócio?
O espesso manto com que o veludo se escreve?
O fundo luminoso do azul?
Poderia dar-te todas as palavras na caixa do poema;
ou emprestar-te o canto efémero em que se escondem do mundo.
Mas não é isso que me pedes.
E a vida que pulsa por entre advérbios e adjectivos esfuma-se depressa, quando
procuramos seguir a linha do verso,
O que fica?, perguntas-me.
Um encontro no canto da memória.
Risos, lágrimas, o terno murmúrio da noite.
Nada, e tudo.

Nuno Júdice, in Obra Poética

8 comentários:

Anónimo disse...

Nuno Júdice - o meu poeta de eleição.
Eduardo

Anna disse...

Um dos meus poetas de eleição... Uma poesia de água, que inunda os sentidos.
Obrigada pela visita, Eduardo :)

JP disse...

Também gosto do poeta, se bem que o livro que tenho dele seja "A árvore dos Milagres" um livro de ficção. Li alguma poesia que agora não me recordo de que obra...

Beijinho

Mar Arável disse...


... e já é tanto

Anna disse...

JP,
Prefiro o poeta ao ficcionista... A poesia reunida do Nuno Júdice é uma obra imperdível!
Boas leituras,

Beijinho :)

Anna disse...

É sim, Eufrázio...

Beijo :)

Lídia Borges disse...


Também lhe sigo as palavras, desde o dia em que lhe encontrei, num título, uma expressão minha com alguns anos.
Não, não me plagiou:) Nem eu a ele...

Um beijo

Anna disse...

Havemos de conversar sobre isso, Lídia! Fiquei curiosa :)

Beijo