quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Doçura


Vem sentar-te aqui... à minha beira.
Vamos conversar.
Diz-me em que rumos te perdeste,
em que batalhas sangrentas anda o teu corpo ferido...
Fala-me de ti.
Há tanto tempo que não conversamos,
diz-me o que te aconteceu nessas viagens
onde te embrenhaste sem mim...
Trazes o rosto marcado
pelos ventos gelados da dor,
trazes o corpo cansado
da revolta devastadora
de marés adversas...
Deixa-me limpar-te da face
esse rasto teimoso da lágrima
que denuncia os vendavais onde te embrulhaste.
Conta-me as tuas mágoas,
saberei escutar-te com as tuas mãos entre as minhas...
Rasga o silêncio a que te algemaste
e rompe a saudade que me rói o peito, que me devasta...
Desce a escadaria do teu castelo de solidão

e

Aninha-te assim, no meu abraço,
no meu colo
que hoje é todo para ti.
Só para ti.
Com doçura.

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