segunda-feira, 8 de abril de 2019

SEI


Sei ao chegar a casa
qual de nós 
voltou primeiro do emprego

Tu

se o ar é fresco

Eu

se deixo de respirar
subitamente.


António Reis, in Novos Poemas Quotidianos

4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Muito bonito.
Abraço

Lua Azul disse...

E assim se constrói o quotidiano. Mas enquanto for assim, menos mal...

Lua Azul disse...

Vou brincar um bocadinho com coisas sérias: há sujeitos poéticos que chegam a casa primeiro e deixam de respirar subitamente não porque vêm que o seu amado ainda não chegou, mas porque ele a ameaça, persegue, insulta e lhe bate, e ela o teme... portanto, nesta poesia é tudo de bom.
Temos de por um travão à violência doméstica.

Jaime Portela disse...

O melhor mesmo é chegar ao mesmo tempo...
Magnífico poema, obrigado pela partilha.
Anna, um bom fim de semana.
Beijo.

PS: Já há muito tempo que não visitava o seu blogue. Gostei de ter voltado.