quarta-feira, 12 de março de 2014

Os viajantes da noite


Na quietude escura da noite
um roçagar de asas aflito
rasga o silêncio,
suspende-me a mão tranquila
na rota das palavras...

É talvez um viajante da escuridão
um habitante das trevas
planando no vazio...

Ou uma flor murcha que tomba
nas lages do pátio,
sem um queixume,
para se fazer podridão
ou semente
antes do sol nascer.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que poema triste, cheio de angústia e mágoa.
A noite é tão bela Anna, na noite não existem sombras.
Este poema "foge" um pouco da sua escrita habitual.
Mas gostei.
Especialmente porque hoje cheguei tarde a casa e pude constatar este seu novo estilo de poesia.
Eduardo.

Lídia Borges disse...


Poesia, sim!
"Um roçagar de asas aflito", um "estado de escrita" a pedir, da mão, a forma.

A poesia vem. Chega sempre, a quem, sempre a soube.

Beijo

Anónimo disse...

Será semente como as suas palavras...
;)

Anna disse...

E no entanto, eu não escrevi tristeza nas minhas palavras, Eduardo. Amo a noite, o silêncio e a escuridão da noite, onde vejo mais claro dentro de mim.
Tentarei fazer melhor da próxima vez :)

Anna disse...

Lídia, as tuas palavras são o elogio mais belo que me poderias fazer... Obrigada!

Beijo

Anna disse...

Espero conseguir sê-lo, Caríssimo.

:)