quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai


Hoje agarrei no bocadinho de ti que ainda tenho, e descolei-o com ternura dos corredores da memória... Hoje acarinhei o pouco que ainda me resta, cheia de medo de perder o tom exacto dos teus olhos escuros, a forma das mãos grandes com dedos esguios, o suave ondulado do teu cabelo... É tudo, quase tudo o que sobejou de ti. Já perdi a tua voz... Nesta vida quase toda sem o ninho do teu colo, foi-me descaindo aos poucos do coração, onde a trazia guardada. Resta-me o teu sorriso meigo iluminando as velhas fotos a preto e branco, o teu sorriso tão doce e tão bonito, imortalizado no papel pálido. Não posso perdê-lo nunca...
E por isso, hoje andei o dia todo abraçada a ti, Papá.

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