quinta-feira, 1 de junho de 2017

Entre a saliva e os sonhos


entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar

e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios

Alice Vieira, "6" in Amor e outros crimes em vias de perdão

6 comentários:

R disse...

São como poços, sem fundo.

Elvira Carvalho disse...

Um poema que não conhecia.
Muito intenso.

Um abraço

Anna disse...

Sim, Eros. São abismos.

Grata pela visita,

Beijo.

Anna disse...

Abraço retribuído, Elvira :)

E um beijo.

Mar Arável disse...

Para espanto dos pássaros

Anna disse...

Para espanto dos abismos.

Abraço, Eufrázio