Deixa que seja uma criança
a inclinar a tarde.
Dizem que é verão: não acredites.
O verão tem os pés iluminados pela lua,
o verão tem os nomes todos do mar,
não é o deserto
da cama aberta ao frio,
o prazer imitando a neve.
O que se vê daqui não é a dança
da claridade com o trigo,
o rio onde os cavalos bebem
a tarde a chegar ao fim.
Deixa que seja uma criança.
Eugénio de Andrade, in Contra a Obscuridade
6 comentários:
Só ela sabe a cor de todas as promessas possiveis numa tarde que finda.
Só Eugénio de Andrade sabia escrever um poema assim, envolvido de ternura.
Beijinho grande
Tens razão, só o Eugénio sabia... :)
Saudades, Maria João. Abraço-te :)
Foi uma bênção ter aqui passado neste fim de domingo!
*** Para Béns ***
zeka
Zeka,
Muito obrigada por ter passado e por ter deixado palavras tão simpáticas.
Volte sempre :)
Lindo, Paula! Aliás, como sempre com Eugénio de Andrade.
Um beijo, Anna!
Sim Maria, o maravilhoso Eugénio...
Um beijo :)
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