E de repente, o estertor de uma música belíssima bate-me na alma, no fundo, no lugar onde a dor é mais fria, no lugar secreto onde dói mais. Inclino a cabeça para a ouvir melhor e ela continua, faz-se mais forte, como uma mariposa doida na sua cegueira a roçagar nas vidraças do pensamento, dançando a mais bela de todas as danças. É a luz da memória que a atrai... ou a da saudade...? Fecho os olhos e ouço-a com uma nitidez tão grande dentro de mim... Ouço a agonia dessa sonata na sua dança mortal e é tão triste que nem me importo que ela fique aqui, aninhada no meu peito, fazendo-me companhia enquanto escrevo. Deixo-a ficar aqui, enquanto ela se consome nessa dança louca em volta da chama do pensamento... Enquanto ela dança a dança da morte, a sua última dança.
8 comentários:
Como sempre adoro o que escreves...e é a dança da vida que se consome como uma chama.
Quase sempre passo em silêncio, mas hoje comentei e deixo um beijinho.
Sonhadora
Obrigada, Sonhadora...
Somos também nós que nos consumimos na dança dos dias, na chama do pensamento...
Ainda bem que hoje não passaste em silêncio... agora sinto-me menos só.Obrigada.
Beijo
Muito bonito... Beijinho
Obrigada, Sahara :)
Beijinho
Dionisíaca e embriagante essa dança.
É com prazer que sinto o movimento eufórico que imprimes ao texto.
É com prazer que entro na "dança".
Beijinhos
Obrigada, Lídia :)
Um beijo
A musica do pianos é linda
:) Como é que se chama?
A musica do pianos é linda
:) Como é que se chama?
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