Esquece o que eu escrevi, deita-te aqui perto
e ouve só as minhas palavras sem sentido,
o balbuciar que eu solto antes da voz,
tudo o que há tanto tempo trago preso na garganta.
Nem o ritmo da cantilena aprendida na infância,
nem a música da poesia:
ouve apenas o balbuciar, o sopro antes da voz,
quase um estertor, mas a dizer agora
que estamos vivos.
e ouve só as minhas palavras sem sentido,
o balbuciar que eu solto antes da voz,
tudo o que há tanto tempo trago preso na garganta.
Nem o ritmo da cantilena aprendida na infância,
nem a música da poesia:
ouve apenas o balbuciar, o sopro antes da voz,
quase um estertor, mas a dizer agora
que estamos vivos.
Luís Filipe Castro Mendes, in Lendas da Índia
2 comentários:
A voz pode ser excessiva em dados momentos, quando o sentir não cabe nas palavras, como se alma, de tão grande, tivesse engolido o corpo.
Saudades!
L.B.
O único sopro que diz tudo o que é mais silencioso.
Soprado daqui... um beijinho ;)
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