quarta-feira, 2 de maio de 2012

Lágrima


Sem que eu a esperasse,
Rolou aquela lágrima
No frio e na aridez da minha face.
Rolou devagarinho...,
Até à minha boca abriu caminho.
Sede! o que eu tenho é sede!
Recolhi-a nos lábios e bebi-a.
Como numa parede
Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou,
Na boca me cantou,
Breve como essa lágrima,
Esta breve elegia.


José Régio, "Pérola Solta" in Filho do Homem

1 comentário:

Mar Arável disse...

Vagarosos instantes