As lágrimas são um mapa pleno de significação e de leituras. Temos muitas
maneiras de chorar e o modo como o fazemos revela não só a temperatura dos
sentimentos mas a natureza da própria sensibilidade. Ao chorar, mesmo na solidão
mais estrita, dirigimo-nos a alguém: esforçamo-nos para que ninguém veja que
choramos mas choramos sempre para um outro ver.
As lágrimas são um traço tão pessoal como o olhar, ou o mover-se ou o andar.
As lágrimas são um traço tão pessoal como o olhar, ou o mover-se ou o andar.
José Tolentino de Mendonça
1 comentário:
Curioso! Deparei-me com esta mesma ideia no último romance de Mia Couto.
Le-se assim na contra-capa:
"Tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar."
Concordo em absoluto com esta ideia, ainda que as lágrimas, muitas vezes, saibam desertos os rostos por onde correm.
Beijo
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