Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Entrego-te as palavras
Entrego-te as palavras
que entre meus dedos construí
para alimentar de ti os recantos da casa
invadindo o coração da noite
entrego-te as palavras com a redonda luz
das maçãs sobre a mesa e o rumor da água
rasgando o caminho da paixão em horas
que já não conseguimos sem ajuda recordar
mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios
palavras jorrando dos meus olhos
invadindo-te o sono e tropeçando
nas esquinas das frases que decoro
ao longo dos veios da tua pele.
Alice Vieira, in Dois Corpos Tombando Na Água
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2 comentários:
E na memória que não é frágil, recordar e recordar!!!
É muito bom passar por aqui, a música, as palavras as imagens e um breve observar e comentar.
Uma ternura
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