domingo, 25 de setembro de 2011

Palavras desertas

Es una calle larga e silenciosa.
Ando en tinieblas y tropiezo e caigo
y me levanto y piso con pies ciegos
las piedras mudas y las hojas secas
y alguien detrás de mí también las pisa:
si me detengo, se detiene;
si corro, corre. Vuelvo el rostro: nadie.
Todo está oscuro y sin salida,
y doy vueltas e vueltas en esquinas
que dan siempre a la calle
donde nadie me espera ni me sigue,
donde yo sigo a um hombre que tropieza
y se levanta y dice al verme: nadie.

Octavio Paz, La Calle

6 comentários:

Lídia Borges disse...

"Todo está oscuro y sin salida,
y doy vueltas e vueltas en esquinas
que dan siempre a la calle
donde nadie me espera ni me sigue,..."

Há dias que se parecem, dramaticamente, com ruas desertas. Resta esperar que a luz se apague e tudo se renove ao nascer do sol num outro dia, ali perto.

Beijo meu

HENRIQUE disse...

Um post lindíssimo, uma língua maravilhosa na boca de um autor que me merece todo o respeito por conhecer tão bem os labirintos da alma humana.
Espero que estejas bem Princesa. Sinto saudades... vamos tomar um café?

Um beijo

Anna disse...

Há dias que são becos sem saída...
Um beijo, Lídia :)

Anna disse...

Também gosto muito do Octávio Paz, Henrique :)
Estou bem sim, espero que tu também... E também sinto saudades :))
Aceito o café, quando tu quiseres e decidires vir à minha cidade.

Um beijo

Maria Campos disse...

Se há dias assim...
No entanto, também existem outros que nos levam a uma rua com saída para o mar, o sol, o horizonte que nos comunga com o infinito de paz !

Um sorriso luminoso !

Anna disse...

Tens toda a razão, Maria :)
E um sorriso luminoso também para ti!

Beijo