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Eu estou sempre a querer que deus exista. Devia existir nem que apenas para isto. Um deus com uma missão precisa. Uma só missão, já seria grandioso. A de nos permitir levar um carinho a quem amamos. Porque o amor sem anúncio de retorno torna-se o mais difícil dos amores. Mas é amor. Vale sempre a pena e é, em último caso, o que justifica tudo. Mesmo que o outro não nos possa responder, sabendo bem que nos ama também, enquanto o lembrarmos valeu a pena.
valter hugo mãe, "Judite" in Jornal "Público" (13 de julho 2014)
6 comentários:
A sensibilidade de valter hugo mãe deixa-me sempre emocionada. Como se nele deus existisse mesmo!
Um beijo
"humano, demasiado humano..."
amamos porque esperamos o retorno...
beijo
O valter tem um sentir diferente... Tenho saudades da produção poética...
Um beijo, Lídia.
Muitas vezes amamos só, sem esperar nada em troca...
Um beijo, Herético.
Concordo com o heretico, o amor incondicional não pede retornos, logo não é preciso nenhum deus mensageiro, como o Hermès/Mercúrio.
Libertemo-nos para sempre dos deuses! o valter hugo mãe escreve muito bem (li o Filho de Mil Homens) mas, na minha opinião, resvala algumas vezes para o "kitsch" , para um brejeirismo algo lamechas, isto é, nem tudo o que ele escreve é genial, embora o seu "sentir diferente" atinja muitas vezes o patamar da genialidade.
Gustavo, quando puder leia "O Remorso de Baltazar Serapião". É o meu preferido :)
Beijo
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