Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Palavras roubadas
Estás linda hoje.
Se falar do céu solto e do mar calmo... não ligues.
Quero dizer-te apenas que és maravilhosa.
Não preciso falar do céu, nem do mar,
nem daquela brisa suave que te desponta sempre um sorriso.
Não preciso falar de nada disso.
Estás linda hoje, e basta-me.
Entre os campos sulcados dos meus dedos está o teu retrato.
A imagem de ti quando te vi hoje. Linda!
E depois,
claro que sinto a relva fresca a brincar com os meus pés.
E também o Sol, o Sol aquece-me quase tanto como o teu olhar.
Sei tudo sobre os salpicos salgados,
e sobre os trilhos direitos da areia.
Sobre os pássaros alvoroçados, que persigo porque me apetece,
e sobre o riso das crianças.
E conheço ventos fortes e outros mais quietos
e os tímidos bichinhos escapulindo-se pelas rochas batidas.
Estás linda hoje.
Caída ao acaso no lençol húmido da areia,
os teus cabelos irrequietos, o teu rosto a escurecer aos poucos,
as tuas mãos e os teus pés, e aquela curva escondida por trás do teu pescoço.
Podia dizer-te mais, mas, que mais há para dizer...
Estás linda hoje,
e isso basta-me.
Casimiro Teixeira, "A tua beleza de sempre" in Que Alguém Saiba que és um Homem
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário