quinta-feira, 13 de junho de 2013

Palavras sussurradas


Tinha um cravo no meu balcão;
Veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?

Sentada, bordava um lenço de mão;
Veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?

Dei um cravo e dei um lenço,
Só não dei o coração;
Mas se o rapaz mo pedir
- mãe, dou-lho ou não?

Eugénio de Andrade, "Canção" in Obra Poética

2 comentários:

Anónimo disse...

Sim!
Respondeu a mãe.
Que nunca uma pergunta fique sem resposta, nem um amor sem coração.
Dar sem pedir nada em troca.
Dar pelo simples prazer de dar.
Eduardo Leblanc

Anna disse...

Deveria ser sempre assim, Eduardo. E quando se dá o coração, dá-se tudo o que se tem...