Quando nasceste, puseram-te em cima de mim e ficamos a olhar-nos só os dois, como se nos conhecêssemos desde sempre. Ainda hoje trocamos esse olhar profundo e sabemos um do outro, sem precisarmos de falar... É um elo de amor puro, inquebrável, indestrutível, pois que é feito de carne e de sangue, de voz e de silêncio.
Vejo-te crescer e sei que tenho que te deixar ir... Mas sabes, tenho medo que a vida te magoe e que eu não possa proteger-te... Por isso dás comigo a olhar-te, de longe, e é ainda o mesmo olhar em que nos perdemos da primeira vez: o olhar de um imenso amor.
Hoje fazes anos. Dezoito. Deixo de ser a tua encarregada de educação e já podes fazer tudo sem mim: votar, casar, conduzir, sair do país, até ser preso, como me disseste a brincar! Vás tu para onde quiseres ir, que sejas feliz e que encontres os meus olhos para se cruzarem com os teus, no dialeto de todos os entendimentos. Eles revolverão o mundo à tua procura, se algum dia te perderes.
Parabéns meu filho! Amo-te tudo... sabias?
4 comentários:
Um dia partem, deixando-nos em lágrimas.
Resta-nos apenas afogar a memória na ligação de sangue.
Resta-nos apenas recordar a pureza e a ingenuidade da sua chegada.
Pergunto como existem pais e mães que conseguem deixar os filhos ao abandono, colados tantas vez com o caminho da morte.
Aos meus filhos, eu, tal como a Anna: "Amo-vos tudo".
Obrigada pelas suas palavras deve ser uma mãe exemplar, que daria a vida para salvar as suas crias.
Huuum! Acho que não abrirás mão dele assim tão... tão... racionalmente! :)
Eles vão até ao fim do mundo, se preciso for, sem nunca partirem, de verdade.
Beijo meu. Aos dois!
Não... não sou uma mãe exemplar... Tenho só um amor infinito e sim, trocaria a minha vida pela deles, se fosse preciso...
Beijo nosso, Lídia :) Retribuidíssimo!!
:)
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