Quando tombado, o corpo é apenas matéria orgânica a degradar-se no chão do planeta. Caído por terra, ele sabe da morte anunciada como a árvore arrancada pela raiz, a ave com uma asa partida, o peixe fora de água. É uma questão de tempo e de forças. Sem equilíbrio, o corpo caído olha de frente a morte e procura desesperadamente o ponto de fuga... Um sorriso, um olhar atento, uma palavra, um gesto. Ou uma voz. Qualquer coisa que o faça erguer-se, que o levante em pé, talvez uma música, uma imagem, uma memória... Um cheiro. Ou uma luz.
Às vezes os pontos de fuga não existem ... e incapaz de se levantar, o corpo desiste por fim, prepara-se para ser esmagado e entrega o que resta de si às leis da vida e do universo.
4 comentários:
O corpo até pode perder-se para sempre no seu deambular pelo espaço presente, mas há "corpos" que nunca deixarão de percorrer a nossa memória e o nosso coração como faróis que não nos deixam perder.
Beijo*
Sim, está lindo o teu cantinho! Tanto mar!...
L.B.
Obrigada pelas maravilhosas palavras, Lídia.
O meu beijo
Para sobreviver temos que ter sempre pelo menos 1 ponto de fuga...
A imagem é óptima.
As tuas palavras, aproveitando muito bem a foto, são excelentes.
Parabéns por tanto talento junto...
Beijo.
Nilson, ás vezes não há pontos de fuga... Só nos resta tombar...
Obrigada pelas palavras,
Beijo
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