sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Baixa-mar


Acontece-me esta maré baixa de alento
que deixa a nu as rochas molhadas da inquietude.
Como uma praia vazia de água,
fico a debater-me no areal ventoso
num estranho vaivém
contra o penedio escarpado da alma.

E é uma descida íngreme, vertiginosa,
onde sufoco nas margens de mim,
me afogo em silêncios
e me firo
e me rasgo.

2 comentários:

Lídia Borges disse...

No ciclo das marés, para o bem e para o mal, nada é definitivo.
Gosta das tuas metáforas. Tocam-me a alma.


Um beijinho

L.B.

Anna disse...

Tens razão, Lídia. Nada é definitivo. Nada é eterno.

Um beijo