sábado, 19 de março de 2011

Sabes, Pai...


a cadeira está vazia, um corpo ausente
não aquece a madeira que lhe dá forma

e não ouço o recado que me quiseste dar
nem a tua voz forte que grita meninos
na hora do acordar
ouço o teu abraço, no corredor em gaia
e os olhos molhados pela inusitada despedida

o sol foge
mas o crepúsculo desenha a sombra que
tenho colada aos pés
ou o espelho, coberto com a tua face

pai, digo-te
a minha sombra és tu

Jorge Reis-Sá, A Palavra no Cimo das Águas

7 comentários:

Anónimo disse...

Pai, SEMPRE!
Beijinhos

Maria disse...

ADN feito de afectos...

Sorriso

Anónimo disse...

Uma bela forma de celebrar o Dia do Pai, Ana!
Beijinhos

Anna disse...

Os pais não morrem nunca na memória dos filhos.

Um beijo, Quicas :)

Anna disse...

Maria, eu diria um ADN feito de memórias... E tenho tanto medo de as perder!
Seja muito bem-vinda a este espaço e volte sempre :)

Beijinho

Anna disse...

Quicas, obrigada pela sua visita :)
Volte sempre.

Beijinhos

Unknown disse...

Hoje nem sei o que sinto!
Se sinto falta,
Se sinto saudade.
A presença foi tão efémera,
fugindo a toda realidade.