Entram devagar, sem fazer ruído... Sacodem os pedaços de lua que trazem agarrados aos passos lentos e instalam-se no silêncio da noite funda e tardia. Falam-me de ti. Penteiam-me os cabelos com dedos de ternura, aconchegam-se no meu peito e envolvem-me com braços mornos de alegria como medusas transparentes dum mar salgado ainda por desvendar...
Entram sem avisar, sem pedir licença... Numa maré mansa, dançam à roda do meu quarto, escorrem pelas paredes em rastos de sal que ondulam com a serenidade dos peixes e sorriem-me em conversas sussurradas noutros tempos, noutros lugares, em rotas que fizemos só nossas...
Entram em silêncio e devagar - as tuas saudades - e ficam comigo. Tu comigo. Aqui. Agora.
2 comentários:
Impossivel ficar indiferente a um texto tao belo. Estou sem palavras. Parabens.
Um abraço
Obrigada pelas palavras, Orpheu :)
(e pelos mimos, que muito me honram)
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