meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
José Carlos Ary dos Santos, "Meu amor, meu amor" in Obra Poética
2 comentários:
Que poema! Mas essa imagem do passarinho suportando o frio está muito triste. Toda vez que aqui venho espero outra encontrar.
O poema é maravilhoso, sim... E a imagem, apenas uma metáfora, é a que ilustra este espaço na perfeição. Tenho pena que não lhe agrade, mas é a minha escolha por agora... :)
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