Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Até ao fundo do mundo que me deste
Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fundo do mundo que me deste.
Nuno Júdice
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10 comentários:
É inebriante a poesia em prosa de Nuno Júdice.
Sabes que às vezes ele me copia? :))
Um beijo
Sei sim, Lídia :) Mas deixa lá... Copia-te tão mal...!
Beijo
Belíssimo
Aprender aprender sempre
Que belo poema, que belas palavras, que sentimento tão belo: o Amor!
Obrigada pela visita, Mar Arável :)
O Amor fica ainda mais belo nas palavras do Nuno Júdice.
Beijinho, Rosa :)
Tão bela...
tão bela esta forma de dizer o que nunca está, completamente dito.
Gostava tanto de conseguir chegar perto...
Beijinho
Eu também, Maria João :)
Beijos, muitos!
Muito bonito, Anna!
Um beijo de parabéns pela escolha.
Obrigada, Maria :)
Um beijo
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