Eu contarei a beleza das estátuas
- Seus gestos imóveis ordenados e frios -
E falarei do rosto dos navios
Sem que ninguém desvende outros segredos
Que nos meus braços correm como rios
E enchem de sangue a ponta dos meus dedos
Sophia de Mello Breyner Andresen
8 comentários:
"A despersonalização é necessária para que haja Arte."- Diz ela, a Sophia.
Um texto só atingirá o estatuto de "literário" se for despojado do autor. Só depois de excluído o autor, será visível a Arte.
Que pensas disto?
Um beijo
E como só ela sabia contar a beleza das estátuas!!!
Um abraço
Boa semana
Minha cara Sophia, esses segredos que enchem de sangue vossos dedos, são os mesmos que lhe atribuem vida e criatividade para criar tão belos versos.
Ótimo texto e ótimo trabalho! Quando tiver um tempo, dê uma passadinha no “Que letra é”.
Atenciosamente. Adriano MB.
Nos dias de hoje, deparámo-nos, frequentemente, com "...gestos imóveis ordenados e frios..."! Talvez, sim, isso explique tanto "...sangue (n)a ponta dos ... dedos..." da humanidade! - Sophia, sempre sábia, inspirada e brilhante!
Beijinhos e bom fim-de-semana
Penso que o autor, a alma do autor, está sempre implícita e agarrada ao olhar que faz nascer a obra. Para mim, a Sophia nem sempre tinha razão... e nisto, definitivamente, não tinha.
Um beijo enorme e saudades...
A Sophia sabia contar tudo...
Um beijinho, Carmo :)
Adriano, obrigada pelo comentário. Já passei no seu espaço, parabéns pelo seu trabalho.
Beijinho
Quicas, as suas palavras são cheias de razão :)
Um beijinho
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