Que dias há que na alma me tem posto/ um não sei quê, que nasce não sei onde,/ vem não sei como, e dói não sei porquê. - Luiz Vaz de Camões
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
OUTONO
De que lado viste chegar
o Outono? Por que janela
o deixaste entrar? És tu quem
canta em surdina, ou a luz
espessa das suas folhas?
Em que rio te despes para sonhar?
É comigo que voltas
a ter quinze anos e corres
contra o vento até te perderes
na curva da estrada?
A quem dás a mão e confias
um segredo? Diz-me,
diz-me, para que possa habitar
um a um os meus dias.
Eugénio de Andrade, in Obra Poética
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6 comentários:
Eugénio
Com tais versos
somos todos adolescentes
(até no Outono)
O nosso Eugénio
sempre
O Eugénio sabe trazer-nos a festa da vida.
Abraço, Rogério
Sempre, Eufrázio.
Abraço
diz-me se na tua adolescência conseguias evitar o amarelo.
Sempre adorei o amarelo. Sempre.
Só não o uso pendurado nos sorrisos.
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